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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Amor

Amor, de calmas águas e almas mansas,
De tons de jasmim debruada,
Sou contigo nesta jornada,
Q'apenas por sortilégio s'alcança.

Tua beleza a líbia inveija
Por Ares em teu favor a preterir,
Tal que percorro a vida até sentir
Que tua graça bendita seja.

Partamos agora em luz dolente,
Deste local de fero gosto,
Que por equívoco tomámos.

E que caminho façamos contente,
Saboreando a Primavera de nosso gesto,
E em solo chão o saboreemos.

À beira-rio, em Tomar

À beira-rio, Amor, te canto,
Pleno de volúpia e pranto.
A meio do dia, Amor, te vejo,
Com olhos de águia, penetrantes,
Por amares aquele que assi invejo.

Cidade egrégia que, altiva, te ergues,
Por rio plácido és banhada,
Torna minha amada, pera mi, encaminhada,
Por mor de mi alegria, ainda que seja breve.

Ainda que breve seja alegria,
Ditoso tempo que, por ti, passarei,
Tal que, coroado, me veja rei,
De teu corpo e tu'alma, sempre mia.

Partirás, então, para sempre,
Deixando minh'alma sempre vazia,
E serás aquela por quem eu faria
O supremo deleite de ser contente.