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domingo, 25 de julho de 2021

A voz interior.

A voz interior é vida.

Quando, obscurecida pela impotência do sobrevir das amarras do desencanto, obnubila-se, não deixando mais que o silêncio da voz sem fala, os humores chuvosos e bisonhos de um estival dia de chuva, recordação do local de onde venho.

Quando se expande, solta poemas de vida e amor em formas feminis e tudo é atenção e estar sendo, sem de tal tomar nota.

A ponto de, acumulando vida em excesso, não restar mais que chorar odes de amor e sinfonias de luxúria, antecipando o regresso ao Paraíso perdido, himeneu fantasiado e há eras desejado.

Tempo

O tempo passado, para que remete qualquer tempo presente é, para qualquer ilustre e incógnito ser humano, o melhor tempo das nossas vidas.

Vida de alegria e sofrimento, em que o mundo semelha ao sétimo círculo dos Infernos, em que cada passada é arrancada ao chão com hercúlea força e indómita afirmação.

Afirmação sempre renovada por, primeiro, se desconhecer se será a última, segundo, se não saber quanto caminho há ainda a calcorrear.

Afirmação, sim, pelas passadas do tempo passado nos resgatarem da inacção e nos conduzirem, através da solidão imanente, que cada carrega, até ao instante de não sermos já tempo presente do tempo presente e o maravilhoso Cosmos, a cada revolução das orbes celestes, nos condenar, irremediavelmente, à escuridão do tempo, da memória e do amor.