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sábado, 5 de janeiro de 2019

Prototema

silêncio

E, no fundo, sempre se retorna
Ao silêncio!
Se é que de lá alguma vez
Se parte.
Armados de nós próprios,
De tudo o que somos,
Dispostos a um novo recomeço,
Que, pelejando, vá mais fundo,
E, na alegria da luta, um golpe de asa,
Pleno de noite e luar,
Nos lance ao zénite,
Sobretudo o das horas nocturnas.
E vivamos, forçando o Destino,
Uma existência a que possamos chamar Nós.

Vesper


auto-retrato

Dez mil demónios me atormentam,
De deserto enchendo minha vida.
Minha desventura, por medida,
De amores perdidos se sustentam.

Cada instante minha alma destroem,
E em todo o porvir se intrometem,
Que em mim toda virtude fenecem,
E toda la esperança corroem.

Em sentidas linhas discorrendo
Os revezes que do largo mundo,
Desde sempre tenho impressão.

Em versos mi tristeza vertendo,
De liberdade ser infecundo,
Tal que ser não tenha permissão.