auto-retrato
Dez mil demónios
me atormentam,
De deserto
enchendo minha vida.
Minha desventura,
por medida,
De amores
perdidos se sustentam.
Cada instante
minha alma destroem,
E em todo o
porvir se intrometem,
Que em mim toda
virtude fenecem,
E toda la esperança
corroem.
Em sentidas
linhas discorrendo
Os revezes que do
largo mundo,
Desde sempre
tenho impressão.
Em versos mi
tristeza vertendo,
De liberdade ser
infecundo,
Tal que ser não
tenha permissão.
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