05 janeiro 2019

Vesper


auto-retrato

Dez mil demónios me atormentam,
De deserto enchendo minha vida.
Minha desventura, por medida,
De amores perdidos se sustentam.

Cada instante minha alma destroem,
E em todo o porvir se intrometem,
Que em mim toda virtude fenecem,
E toda la esperança corroem.

Em sentidas linhas discorrendo
Os revezes que do largo mundo,
Desde sempre tenho impressão.

Em versos mi tristeza vertendo,
De liberdade ser infecundo,
Tal que ser não tenha permissão.

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Autografía

  No tengo la alma d’un poeta. Yo soy la poesía, ella misma.