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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Agricultura II

Ela (sedutora):

       - Queres subir?

Ele (dando troco):

      - Quero, quero subir e penetrar
        Na fechadura da tua porta
        E abrir de par-em-par
           E fazer desabrochar
        O botão-de-rosa da tua horta.

Agricutura I

Ela (sedutora):

       - Queres subir?

Ele (dando troco):

      - Quero, quero subir e penetrar
        Na fechadura da tua porta
        E abrir de par-em-par
        E fazer desabrochar
           O grelo da tua horta.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Toda Tu


Toda tu és um poema,
A primaveril e cálida brisa, que,
No desabrochar da Rainha-da-Noite,
Envolve os corpos,
Correndo por e para ti,
No ardor do amor fértil.

Toda tu és a abrasadora brisa estival,
Que envolve os corpos,
Na fogosa madrugada
Em que grilos, ao desafio,
Cantam joviais orquestrações,
No amplexo da ternura e da paixão.

Toda tu és o fogo outonal
Com que se mascaram as folhas,
Caídos anjos das alturas que,
Embalados por turbilhões,
Rodopiam, alegres e errantes,
Peregrinos da eterna envolvência da paixão,
Improvisam coreografias,
Bailados de encanto e apaixonado abandono.

Toda tu és o invernal recolhimento,
O refúgio, o abrigo das intempéries,
Do vento gelado e da inclemência dos elementos,
Qual braseiro que aquece, pródigo,
Os corações ardentes dos apaixonados.


Toda tu és o zénite solar dos dias de céu límpido,
Toda tu és a lunar refulgência do mar, em noites de céu claro.
Toda tu és a musa destes versos, por quem meu peito arde e,
Por quem, eternamente inatingível, minha alma
Chora.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Lugubre, Noir Dahlia

L'emancipation de toutes les virtues,
Maintenant suivies par les chercheurs
De l'inconstant coche d'eau du temps,
M'interroge sur la fenêtre,
Ouvert par ton amoureux embrace,
Par ou depasse toute la profondeur
De l'obnubilement du paysage
Couvert de sanfenes flottantes.

Tout me rappele ta presence,
Ta ineffaçable solitude de femme énamouré
Par une vie entière de plenitude et passion.
Ton regard de fleur-de-lis au soleil de minuit,
Quand les cadavres des oeuvres morts
De tes rêves s'élevent de ses cercueils
Et m'émerveille avec ses couleurs
De joyeux enfants de le depart de la vie.

Seul, je me parle de ton visage,
Perdue dans le temps,
Comme des fous des hospices,
Q'essaye le lendemain de l'exponentiel
Et irraisonnable demande d'amour.
Ton particulier et inelutable amour.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Dark, Black Dahlia

Going beyond the Machine,
A spoonfull of rotten cloth,
Hanging from the hangman's rope,
Obliterated my hope of discontinuous speech.
And enabled another try
At the tomorrow's lottery happiness prize,
The absurd prize of the neverendig restlessness.

Today I bought a Dahlia,
A Black and most perfect Dahlia,
To be offered to the grimmreapper,
At the time of my demise,
When the joyous unicorns,
The perfect, wonderfull and most joyous unicorns,
Appear, magnificent in their crying eyes,
And addopt me as one of their own,
Upliffting my deceased body into the Cosmos,
Where I'l be reborn as a dream of joy and illusion.

Although the reborn I shall be carefree and helplessly breathable,
The vibration of your lips shal remind me
Of what it used to be a sheetpaper,
Where the notes, those pretensious pederasts,
Could freely flow through your body of cristal,
And forever you'd remind them
As the beggining of Humankind's fall from Paradise,
A lost Paradise of love and snowflakes,
Destined to perish at the hands of time,
That destroyer of worlds and hopes.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O Interminável

A alva do teu cabelo
Escondida das perturbações animais
Da efervescência de bâton
Que despudoradamente exibes
Às horas mortas do êxtase
Exdrúxulam-se, felizes,
Na curva amarelo beata
Da lágrima ponderosa
Da tua face oculta do nada.

E vou até ti
Vou sem medo e sem tempo,
Às horas mortas do sepulcro
Verificar, no teu corpo de bailarina,
A mostra do adestramento,
Desusado adestramento,
Do fácies da tua superior lembrança,
Que desejoso já não procuro
Fitando, pensativo, os papelotes
Com que, feliz, te ornas.

Tu, matéria incandescente
De lava e trovões que,
Pela encosta do monte das Parcas,
Vais escorrendo, em golfadas
Sujas e virtuosas, de sacos
Rotos e amorfos já gastos
Que da tua pele rescendem em
Festivais de fogos-fátuos e
Fogos de Santelmo
Esse hálito a luxúria e sexo,
Ser presente e pensante
Do estranhamento do mundo.