quer seja azul como só ele pode.
quer plúmbeo.
qual chuvoso dia das primícias.
com gestos lestos e graves.
antevi, qual bebé ainda nado morto,
o mundo da loucura e da crueldade,
qual se avizinha preste e inevitável
solidão dos que nos amam loucamente
como as mães fugazes do entardecer
plenas de loucura e amor
sagazes como só elas imaginam possível
e cuja certeza nós tratamos de contradizer.
celeste e aprazível firmamento
chamar-me-à, amanhã, quem sabe?
não eu, que sou o bastante para poder ser mais
que sou a fome irada dos poetas
contra a imaginada magia oculta dos anais
favorável ao frescor matinal das maçãs velozes
pensamento do impossível
constatação da morte que a cada calha
vislumbre do inexistente amanhã
e quem sabe início ou princípio de inaudita
certeza de todo o cosmos.
a singela beleza de um dente-de-leão,
pelo vento levado para incertas paragens,
onde baila levado pela brisa leve da copa das árvores.
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