18 janeiro 2025

como te vi

quais árvores.
levanta-mo-nos contra o céu.

quer seja azul como só ele pode.

quer plúmbeo.

qual chuvoso dia das primícias.


com gestos lestos e graves.

antevi, qual bebé ainda nado morto,

o mundo da loucura e da crueldade,

qual se avizinha preste e inevitável

solidão dos que nos amam loucamente

como as mães fugazes do entardecer

plenas de loucura e amor

sagazes como só elas imaginam possível

e cuja certeza nós tratamos de contradizer.


celeste e aprazível firmamento

chamar-me-à, amanhã, quem sabe?

não eu, que sou o bastante para poder ser mais

que sou a fome irada dos poetas

contra a imaginada magia oculta dos anais

favorável ao frescor matinal das maçãs velozes

pensamento do impossível

constatação da morte que a cada calha

vislumbre do inexistente amanhã

e quem sabe início ou princípio de inaudita

certeza de todo o cosmos.


a singela beleza de um dente-de-leão,

pelo vento levado para incertas paragens,

onde baila levado pela brisa leve da copa das árvores.

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