Antes que a vontade soçobre,
E a raiva se vá,
Comerei a carne putrefacta do teu ser.
Esperando à tua morte sobreviver,
Vergastadas em teu corpo desnudo desferir,
Até o sangue bebido nos saciar,
E possamos chamar lar
Ao negrume desta noite sem lei.
Sejamos rocha e betão.
Sejamos nojo e redenção.
Que de dia a luz solar nos cegue,
Que de noite o luar nos fustigue,
Que fodamos à luz das estrelas,
Como a gataria, cães e cadelas,
Objectos podres e pustulentos,
E nos desfaçamos em esterco e lamentos.
Que das janelas saltem os suicidas,
Que das árvores baloucem os enforcados,
E na banheira de Marat
Encontremos salvação das dores que nos atormentam
Até ser impossível amar ou ser amado.
Reencontrar no teu âmago
A destruição e o opróbrio.
Da esperança, a primeira,
Dos humanos, a última.
Apetece-me fingir morrer e após matar.
Matar o mundo que deixar aos mais,
Numa ânsia de aniquilação total,
Da vontade, do engenho, da energia, da esperança, do amor.
Que a negra bílis tal desejo me conceda,
E me veja livre, numa jaula de leões,
Como entre anhos primaciais, aguardando o holocausto.
Sem comentarios , lugubre.....
ResponderEliminarSim, há dias assim, repletos de noite...
ResponderEliminar