18 maio 2020

Adeus I


Quando me chamaste pelo meu nome o teu olhar disse:

 

- Adoro-te.

- Venero-te.

- Preciso de ti.

- Sou tua.

- Entrego-me nas tuas mãos.

- Quero-te. Todo tu.

- Quero passar o resto da vida contigo.

- Quero-te ao meu lado para sempre.

- Quero que me toques.

- Quero o teu carinho.

- Quero o teu amor.

- Quero ser a tua namorada.

- Quero ser a tua amante.

- Quero ser a tua mulher.

- Quero que me possuas.

- Quero-te dentro de mim, em corpo e em espírito.

- Quero gerar os teus filhos e apenas esses.

- Quero contigo criar os nossos filhos.

- Só contigo quero discutir e depois fazer as pazes.

- Só a teu lado quero envelhecer.

- Só a tua rabugice de velho quero aturar.

- Só a teu lado quero estragar os nossos netos.

- Amo-te como jamais uma mulher amou.

 

Eras casada, sabia-o.

Eu, nada disse.

Foste-te embora.

Nunca mais te vi, embora sinta a tua presença.

Hoje nada sei de ti.

Por vezes interrogo-me se restou algo do mim em ti.

Resta-me apenas tentar sarar a ferida que me ficou da tua partida.

Escrevendo versos soltos.

Lembrando-me daquele instante em que,

Sem trocarmos sequer uma carícia ou um beijo

Fomos homem e mulher.

Fomos amantes.

Fomos um.

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