16 maio 2020

Aurora

Oiço o nascimento do dia na voz dos pássaros,
Abro as janelas de par-em-par,
Deixo entrar a vida.
O peixinho vermelho chama por mim do interior do seu mundo.
Não me faço rogado e dou-lhe alguma comida.
É uma espécie de ritual matinal,
Este de alimentar a vida abrindo janelas para o mundo.
Espero que outros, irmãos, ainda que em remotas partes do mundo,
Abram, com tanto ou maior sentido que o meu,
As janelas da existência ao vozear matinal dos pássaros.
Em relação aos mais, espero também que, um dia,
Ainda que o tédio de um mundo feliz os assombre,
Tenham a ousadia de abrir janelas, portadas, portas, gelosias ou portalós
Ao chilrear dos pássaros bem como ao Sol nascente da existência
E, irmanados, cantemos loas à felicidade que estou imbuído
De me contar entre o número dos viventes.

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