Quando de cor souberes de Ovídio as Metamorfoses.
Quando estiveres lado-a-lado com o inefável,
E tua beleza me fizer cantar os versos mais doces,
Quando a canga fiduciária te pesar,
Como a fome de amor corrói as entranhas de todos os heróis malditos
E as palavras de pura poesia
Reverberarem nos incontáveis grãos de areia de todos os desertos.
Talvez.
Talvez compreendas a fugacidade de todos os espartilhos que te ornam,
De todas as canções que te loam, tal como esta o deseja,
E entendas a importância do que eu carrego,
Do amor que contigo desejo partilhar e,
Talvez teu generoso coração se condoa
Deste ser que, sem ti, infeliz erra no mundo.
E as eclusas da minha alma se abram,
Se soltem as amarras de todo o amor,
E me concedas o pendão de saber tua graça.
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