15 setembro 2020

Amada II

Se, do meu solilóquio, algo restar,

A altas horas cantado sob a tua janela virtual,

Que não apenas o deserto

Ou o mais provável opróbio

Que estas linhas em ti provoquem,

Neste estado em que me encontro,

De negras horas e amargurada

Desesperança de te não saber.

Envolto em solidão por te não poder ter cerca de mim,

Dá-me desse algo, presto sinal

Por que minha alma se remoce

E as afinadas cordas do meu ser

Alegres canções ressoem quando tangidas

Pela sensível mão do teu pressentido toque

E se desdobrem em incontáveis tangos,

Por nós dançados à luz das velas do amor. 

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